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Indicado para o BC, Goldfajn diz que vai buscar inflação de 4,5% no Brasil

Limites de tolerância servem para acomodar choques inesperados, disse. Ilan Goldfajn está sendo sabatinado pela CAE, do Senado.

 

O economista Ilan Goldafajn, indicado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a presidência do Banco Central, declarou nesta terça-feira (7), durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado que buscará atingir a meta central de inflação, que é de 4,5% ao ano.

 

A sabatina acontece em meio ao primeiro dos dois dias de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, para definir a nova taxa de juros básica da economia.

 

“Quero cumprir plenamente a meta de inflação estabelecida pelo CMN [Conselho Monetário Nacional], mirando o seu ponto central [de 4,5%]. Os limites de tolerância servem para acomodar choques inesperados que não permitam a volta ao centro da meta em tempo hábil”, declarou Goldfajn.

 

É atribuição do Banco Central calibrar a taxa básica de juros da economia para atingir metas pré-estabelecidas de inflação, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

Em 2015, a inflação oficial ficou em 10,67%, acima, portanto, do limite de 6,5% para aquele ano. O resultado obrigou o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, a escrever uma carta ao Ministério da Fazenda explicando as razões para o descumprimento.

Goldfajn disse ainda que é importante que as expectativas de inflação do mercado financeiro “indiquem convergência para a meta em um futuro não muito distante”.

 

Expectativa do mercado
Para 2016, a meta central é de 4,5%. Entretanto, existe uma banda, que permite que a inflação anual oscile entre 2,5% e 6,5% sem que o BC descumpra a meta. Para 2017, o objetivo central é de 4,5%, mas o teto é menor, não podendo a inflação superar a barreira dos 6%.

 

A mais recente previsão do mercado financeiro aponta para inflação de 7,12% em 2017 e de 5,5% para 2017, ainda longe da meta central de 4,5%.

 

“A manutenção de um nível baixo e estável de inflação é condição essencial para o crescimento sustentável, uma vez que reduz incertezas, eleva a capacidade de crescimento da economia e torna a sociedade mais justa, por meio de um menor imposto inflacionário, um dos mais regressivos”, acrescentou Goldfajn, durante a sabatina.

 

Autonomia do BC
Goldfajn declarou ainda considerar “imprescindível manter e aprimorar a autonomia do Banco Central”.

 

“Não se trata de ambição ou desejo pessoal, mas de medida que beneficia a sociedade mediante a redução das expectativas de inflação, da queda do risco país e da melhora da confiança, todas essenciais para a retomada do crescimento de forma sustentada”, declarou ele.

 

O presidente em exercício, Michel Temer, indicou que o presidente do Banco Central deixará de ter status de ministro de Estado, mas informou que será enviado um projeto ao Congresso Nacional para garantir foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) para toda a diretoria do BC.

 

O governo também informou vai propor ao Congresso uma “autonomia técnica” para o Banco Central – o que difere, entretanto, da chamada independência do BC, que pressupõe mandatos fixos para presidente e diretores da instituição.

 

Fonte: Globo.com