Pular para o conteúdo

Bitcoin é bolha? Crescimento extraordinário no ano atrai investidores e divide economistas; entenda

Preço da moeda digital superou US$ 10 mil nesta quarta-feira (29); Banco Central brasileiro entende que investimento em bitcoin tem ‘riscos imponderáveis’. Os investimentos em bitcoin deixaram de ser coisa de nerd e conquistaram pessoas que pouco entendem de tecnologia ou de aplicações mais arriscadas, como a bolsa de valores. Os ganhos estratosféricos atraem investidores novatos para a moeda virtual. Mas, para alguns economistas e para o Banco Central brasileiro, o bitcoin é uma bolha financeira, um investimento não recomendado e com “riscos imponderáveis”.

Só neste ano, a moeda virtual subiu cerca de 900%. Quem investiu em bitcoin conseguiu multiplicar seu capital e isso atrai novos investidores para a moeda virtual. Nas primeiras horas de quarta-feira (29), o bitcoin superou o valor de US$ 10.000.

Criada em 2008, o bitcoin é uma moeda virtual. Ao contrário de outras moedas, como o dólar ou o real, o bitcoin não é emitido pelo Banco Central de um país. O responsável por sua “criação” é um complexo programa de computador. Os investidores compram e vendem bitcoins, que ganham ou perdem valor de acordo com a demanda pela moeda, de uma forma similar a uma ação vendida na bolsa de valores.

O bitcoin pode ser usado para comprar produtos e serviços físicos. Mas também pode ser trocado em casas de câmbio por outras moedas.

 (Foto: Arte/G1)

(Foto: Arte/G1)

A primeira transação no mundo real a usar bitcoin ilustra bem a escalada de preços da moeda virtual. Em 2010, um entusiasta comprou duas pizzas por 10 mil bitcoins. Na época, pareceu um bom negócio: a soma não passava de US$ 40. Na cotação atual, as duas pizzas custariam quase US$ 100 milhões.

Novatos e ‘experts’

O público que compra bitcoin atualmente é bem distinto e reúne tanto pessoas bem informadas sobre aplicações financeiras a investidores iniciantes.

A veterinária Ceila Rossi, de 40 anos, por exemplo, não possuía nenhum investimento até comprar bitcoins em março deste ano, incentivada por um amigo distante. Ele até tentou destrinchar a tecnologia por trás da moeda virtual para amiga.

“Eu falei assim: ‘Pode parar com a explicação, porque eu não consigo entender. É muito fora de onde eu estou acostumada a trabalhar’”, disse. Mesmo sem entender como funciona o bitcoin, a veterinária comprou a moeda virtual, atraída por um passado de valorização e pela liquidez da divisa.

Fonte: Globo.com