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Seminário registra a evolução do regime de metas de inflação no Brasil

“Mudança na direção de política econômica e condução firme da política monetária foram decisivas para colocar a inflação em trajetória de queda”, afirma presidente do BC

Durante o XX Seminário de Metas para a Inflação, na semana passada no Rio de Janeiro (RJ), uma sessão especial comemorou a vigésima edição do seminário e registrou a evolução do Regime de Metas para a Inflação no país e seus desafios para o futuro. Para isso, contou com a presença de ex-membros da área de Política Econômica do BC, como Sergio Werlang, Afonso Bevilaqua, Eduardo Loyo, Mario Mesquita, Carlos Hamilton Araújo e Luiz Awazu Pereira.

No início do seminário, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, destacou a mudança na direção da política econômica, a redução da inflação, a ancoragem das expectativas, a queda nas taxas de juros e a melhoria das condições no mercado de crédito. Clique para ler o discurso completo do presidente.

“Após dois anos de recessão, a economia brasileira cresceu 1,0% em 2017, o dobro do que era esperado no início daquele ano. Para 2018 e 2019 os analistas de mercado trabalham com a perspectiva de crescimento de 2,5% e 3,0%, respectivamente”, disse Ilan, destacando que os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira.

A aprovação e a implementação das reformas, em especial as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira foram citadas por ele como fundamentais para a sustentabilidade desse ambiente com inflação baixa e estável. Segundo Ilan, elas são essenciais para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia.

Palestrantes

O economista Marco Del Negro, membro do Federal Reserve Bank (FED) de Nova York, EUA, apresentou a palestra Safety, Liquidity and Natural Rate of Interest, na qual falou sobre modelos de equilíbrio geral para previsão e análise de política macroeconômica. Ele apresentou técnicas sofisticadas utilizadas para gerar estimativas da taxa natural de juros na economia americana.

Para o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana, o tema é importante para as economias emergentes. “A existência de um convenience yieldimplícito no nível da taxa neutra traz questões relevantes para todas as economias emergentes, que dependem de fluxos estáveis para financiar suas contas externas, uma vez que períodos de redução das taxas de juros dos títulos do Tesouro americano passam a não necessariamente significar maior liquidez nos mercados”, considerou Viana.

O Seminário contou também com o painel Identificação, Propagação e Transbordamento de Choques de Política Monetária, proferido por Giovanni Ricco, da University of Warwick; Matteo Iacoviello, do Federal Reserve Board; e Samuel Mann, do Bank of America Merrill Lynch e Cambridge University.

Fonte: Banco Central do Brasil – BCB