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FMI vê crescimento do PIB em 2017 mesmo com desemprego elevado

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia brasileira atinja seu ponto mais baixo este ano, para ter “algum crescimento positivo em 2017”, mesmo com a demanda limitada pelo “nível elevado de desemprego”, avalia o diretor do hemisfério ocidental do órgão, Alejandro Werner, em relatório divulgado nesta quarta-feira (20).

 

“No Brasil, o PIB continuou em queda no primeiro trimestre, mas por uma margem menor do que o esperado, o que implica que a contração amplamente prevista para 2016 será menos aguda do que se antecipava”, afirma no documento.

 

Werner também destacou que o governo interino no Brasil formulou uma estratégia de redução gradual do déficit – com previsão de um resultado negativo de R$ 139 bilhões no próximo ano – poara tentar conter o que ele chamou de “pressões insustentáveis sobre os gastos a médio prazo”.

 

“A estratégia de consolidação proposta foi bem recebida pelos mercados, e o governo terá de se concentrar em superar os desafios para a sua implementação”, diz o diretor do FMI.

 

O FMI está um pouco menos pessimista em relação à economia brasileira. Em relatório divulgado na terça-feira (19), o fundo melhorou pela primeira vez – após cinco revisões para baixo – sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano. A expectativa agora é que a economia brasileira “encolha” 3,3% em 2016 – ante uma queda de 3,8% estimada em abril.

 

Perspectivas para a América Latina
O relatório aponta, ainda que o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia provocou um forte aumento da volatilidade nos mercados financeiros globais, afetando sobretudo os preços das ações e as taxas de câmbio.

 

Em sua última revisão, o FMI previu que os países da América Latina e Caribe devem “encolher” 0,4% este ano – uma piora de 0,1 ponto percentual em relação à última previsão.

 

“Embora a exposição comercial direta dos países da América Latina e Caribe ao Reino Unido seja pequena (cerca de 1% do total das exportações, em média), a região está exposta à desaceleração mais ampla no resto do mundo — através das interligações comerciais e financeiras — e à inconstância do sentimento dos investidores”, conclui.

 

Ao mesmo tempo, continua Werner, o ritmo mais gradual de normalização da política monetária nos Estados Unidos, com a compressão do prêmio de prazo dos títulos norte-americanos, deve ajudar a conter as pressões sobre o custo do financiamento para os setores público e privado.

 

Ele também menciona a recuperação dos preços das commodities em relação ao piso visto em fevereiro de 2016. Apesar disso, eles ainda devem permanecer baixos no futuro próximo, acredita. “Essa situação tem sido acompanhada por uma interrupção — ou mesmo reversão — das grandes desvalorizações cambiais em algumas das maiores economias da região”, diz no documento.

 

Fonte: Globo.com