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Dólar sobe a R$ 3,77 com ameaça de guerra comercial e incertezas eleitorais

Na véspera, o dólar subiu 0,29%, vendido a R$ 3,7398

O dólar operava em alta na manhã desta terça-feira (19), no patamar de R$ 3,77, diante de nova ameaça de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China e de incertezas fiscais e políticas no Brasil.

Às 10h32, a moeda norte americana subia 0,85%, a 3,7589 na venda. Na máxima até agora, a cotação chegou a R$ 3,7845. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar subiu 0,29%, vendido a R$ 3,7398, após passar de R$ 3,7647 na máxima do dia.

“A China teria de impor tarifas sobre tudo o que comprasse dos EUA para manter essa resposta na mesma medida. Mas ela tem outras ferramentas que poderia usar, incluindo pressionar diretamente as empresas norte-americanas que operam na China”, afirmou a empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics (CE) em relatório.

Tensão comercial

A bolsa de Xangai despencou quase 4% nesta terça-feira, para a mínima em dois anos, diante da iminência de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. O iuan caiu também para o menor nível em mais de cinco meses em relação ao dólar.

O presidente dos Estados Unidos, o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor novas tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões em bens chineses e Pequim alertou que irá retaliar com medidas “quantitativas” e “qualitativas”, em um rápido agravamento do conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Na sexta-feira (15), os EUA já haviam anunciado tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões de importações chinesas, e prometido ainda mais taxas caso a China revidasse, o que aconteceu. Pequim anunciou tarifa adicional de 25% sobre 659 produtos dos Estados Unidos avaliados em US$ 50 bilhões.

Os riscos de uma guerra comercial já desenham um pano de fundo mais adverso para ativos de risco. O aumento do protecionismo das duas maiores economias do mundo aumenta preocupações sobre o crescimento global num momento que alguns dos principais bancos centrais reduzem a liquidez, trazendo uma perspectiva mais dura para emergentes, segundo a Reuters.

Esse movimento de aversão ao risco já içou o dólar em relação à grande maioria das moedas no exterior, subindo frente a cesta e também frente a divisas como os pesos chileno e mexicano.

Incerteza política

No Brasil, a alta da moeda também é influenciada pela cena política. Os investidores temem a vitória algum candidato considerado menos comprometido com o ajuste fiscal e as reformas nas eleições de outubro.

O mercado também opera sob a expectativa de atuação do Banco Central por meio de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.

“Se essa aversão (ao risco) se mostrar exagerada por aqui, o BC deve aproveitar sua comunicação recente e dosar as ofertas de swap de acordo com a necessidade, sendo que – a priori – ainda tem 9 bilhões de dólares dos 10 bilhões de dólares sinalizados para ofertar ao mercado nesta semana”, lembrou a corretora H.Commcor em relatório.

Para conter a volatilidade no câmbio, o BC anunciou na semana passada que vai ofertar nesta semana US$ 10 bilhões desse tipo de contrato, que equivale à venda futura de dólares.

Na véspera, fez apenas um leilão de novos contratos de swap cambial, com 20 mil contratos, injetando US$ 1 bilhão no sistema. Para esta terça-feira, por ora, ainda não anunciou nenhuma intervenção, apenas a oferta de até 8.800 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de julho.

Fonte: Globo.com